quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

ALÉM DAS PALAVRAS

          
         
 "Palavras são palavras nada mais do que palavras!"  Você crê que seja verdade? Pois eu também não!

          As palavras são a forma que temos para expressar os pensamentos, para transmiti-los uns aos outros. As palavras transformam e criam novas situações, influenciam aqueles que as ouvem, bem como aqueles de quem se fala, tanto para o bem quanto para o mal. As palavras quando transmitidas com sabedoria geram reações benignas, criam situações positivas e saudáveis, levam a soluções de problemas incalculáveis, progresso, evolução moral de nossa espécie. Nós passamos a conhecer melhor as pessoas pelas palavras que saem de sua boca, porém se são falsas voltarão como um bumerangue, porque gerarão ódio e mal-estar contra aqueles que as proferiram. Os nossos atos devem ser as testemunhas de nossas palavras, vejam os nossos políticos, como tomamos conhecimento pela imprensa escrita, falada e televisiva, grande parte deles já não tem credibilidade junto ao nosso povo, e as suas falsas promessas hoje são comprovadas pelas suas más ações que visam somente seu bem-estar e não o daqueles que deveriam realmente receber as benesses de uma vida melhor, a população.
          O que vem pelas palavras, pode se transformar em criações maravilhosas, bem como em catástrofes gigantescas, pode gerar vida, bem como a morte, converter o réu em culpado ou inocente, o trabalhador em desempregado, o rico em pobre, o fraco em forte, o perdedor em vencedor e vice-versa. As palavras vêm sempre acompanhadas de sentimento, um simples “bom dia, amigo”, transforma, acalenta a quem o recebe, o “eu te amo” dito com sinceridade leva a outra pessoa ao paraíso. Havemos sempre de nos preocupar com o que dizemos, que seja sempre assim, com sinceridade, e principalmente com as consequências que virão além das palavras.


“Não é o que entra pela boca o que torna uma pessoa impura, mas o que sai da boca.” Palavras de Jesus Cristo em Mateus 15.“
… Pois a boca fala do que está cheio o coração. …”  Mateus 12:34

Paulo Mauricio Regent



quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

ORGULHO VERDE AMARELO


         
          O Brasil passa neste momento por grandes mudanças, mesmo que olhemos para este mar de lama noticiado pelos meios de comunicação e fiquemos pasmados com tudo isso, algo existe de positivo. Pela primeira vez assistimos a poderosos corruptos que agem nas sombras, intocáveis pela justiça, serem investigados e presos. Por mais que ainda a gente se sinta um pouco descrente, baseados em nossa história de tentativas em punir esses maus representantes de nosso povo, quando víamos tudo acabar em pizza, uma centelha de esperança começa a acender em nossos corações, e aquele sonho de termos um Brasil próspero retorne brevemente, e nossos compatriotas sintam novamente aquele orgulho verde e amarelo voltar a permear o povo desta majestosa e sublime nação. Mas para que tudo isso se concretize plenamente, sabemos muito bem que o dever de casa tem que ser bem feito, começando desde já pelos nossos pequenos delitos de cada dia, aqueles que praticamos no dia a dia e que achávamos normais até então, como furar filas, não ceder o lugar nas conduções àqueles a quem por direito, idosos, mulheres grávidas e outros, não devolver o troco que recebemos a mais, e principalmente não trocar o voto por pequenos favores, acompanhar e cobrar daqueles em quem votamos as melhorias prometidas, pois só assim veremos aquele nosso sonho de prosperidade tornar-se realidade, e conseguirmos assim o país que todo brasileiro deseja e merece.

Paulo Mauricio Regent 

sábado, 28 de fevereiro de 2015

AVENTUREIRO DO DIA A DIA




          Levantei cedo, como sempre, acabou o carnaval, o horário de verão e finalmente o ano novo vai começar. Tomei um banho rápido e frio focado na economia de água e energia, afinal não podemos mais esbanjar como antigamente, quem tem medo do escuro que acenda uma vela! Meu carro que era meu meio de transporte para o trabalho transformou-se num caro objeto de luxo enfeitando minha garagem, quem é que pode com o preço atual dos combustíveis?  Caminhar até a parada de ônibus então nem se fala, virou uma aventura perigosa, por sinal, os assaltos são constantes. Um amigo meu foi assaltado duas vezes pelo mesmo meliante, e pensou em sugerir marcar um horário com ele para o próximo assalto, com direito ao desconto de sua passagem para não perder o dia de trabalho. Nos meus tempos de adolescente o policial era respeitado e temido pelos bandidos, e hoje vão para os quartéis com os uniformes dentro das mochilas, por falta de segurança, quem diria?
          
          O próximo passo agora é conseguir fazer com que o ônibus pare no ponto, pois a maioria deles passa lotado e quando resolve parar é um empurra-empurra dos diabos, não cabe nem um alfinete lá dentro, se quiser andar de ônibus no horário de rush tem que fazer regime! Como disse um conhecido empresário: “Quem acredita em promessa de político é ingênuo ou burro, pois eles só sabem pedir votos aos pobres, dinheiro aos ricos e mentir para os dois”. As promessas de melhoria nos transportes de massa vão ficar mesmo no papel!
          
          Depois de muita briga consegui entrar no ônibus, mas viajar sentado nem pensar, rezar para que ninguém esmague o seu pé ou te acuse de abuso sexual. Li sobre um senhor que quase foi linchado no ônibus por ter ficado entalado entre duas pessoas e ter sido acusado de ficar passando a mão na “traseira” de uma senhora. Até conseguir explicar que tinha mal de Parkinson... coitado!  
          Quase duas horas depois, após muitos empurrões, bolsas e mochilas passando nas suas costas, e sovacos malcheirosos na sua cara, atravessamos a belíssima Ponte Rio-Niterói, que é muito linda... vista do alto e fora do horário de rush, claro! O sentimento é de vitória, um verdadeiro Indiana Jones. E finalmente chego ao trabalho, um pouco atrasado, mas com muitas justificativas, vários ônibus que não pararam no ponto, e o enorme engarrafamento na Ponte. Mal entrei e já dei de caras com meu chefe, disse que iria descontar o meu atraso, me olhou de cima à baixo, reclamou das minhas roupas amarrotadas e perguntou se eu não tinha ferro de passar, quase respondi que era a crise energética, depois reclamou dos meus cabelos despenteados e por fim perguntou ironicamente se não havia água lá em casa, pois estava com as orelhas cheias de espuma.

Assim ninguém aguenta!

Querer ser ecologicamente correto colaborando para um planeta sustentável e ser, ao mesmo tempo, um trabalhador comum no Brasil ... não dá!!!


Paulo Maurício Regent



domingo, 8 de fevereiro de 2015

A LIÇÃO DAS VERRUGAS




         
Grandes árvores se enfileiram pela orla da estrada, tão altas que mal pode-se ver as suas copas. A distância entre a casa de Misael e a escola é bem grande, todos os dias ele caminha algumas horas por este trajeto, levando consigo sua mochila com o material escolar e um pequeno lanche preparado com muito carinho pela sua mãe, também às mãos uma vara de arbusto para afastar algum possível animal que lhe trespasse o caminho.
            Enquanto caminha, ele olha para trás constantemente, observando se o carroceiro de leite que vai em direção à aldeia onde fica a escola vem chegando, com a intenção de pegar uma carona, e vai conversando com o seu coração, que lhe diz como está feliz por ele fazer o que é certo, indo a escola, e aprendendo coisas maravilhosas a cada dia. Procura pensar em outra coisa quando lembra dos dois Irmãos que moram mais a frente, cuja casa já se aproxima e que fica após a próxima curva, numa pequena colina, que além de não frequentarem a escola, também fazem-no passar por maus momentos, zombando e fazendo troça das verrugas que lhe apareceram pelo corpo e que, até o momento, não houve remédio que o curasse. Chegam ao ponto de esperá-lo todos os dias para acompanhá-lo por alguns metros fazendo zombaria de muito mal gosto, dizendo motejos ofensivos. Misael aperta o passo deixando para trás aqueles dois fanfarrões, seguindo em frente pensando apenas nos bons momentos que viriam quando chegasse a escola, em sua professora e nos bons amigos de sala de aula.
            Mais alguns metros a frente passa pela casa de Dona Sofia, uma senhora símples, sábia e muito bondosa, que ouve o escárnio dos dois Irmãos e que sempre o espera para dar-lhe bons conselhos e ensinar-lhe sobre o perdão, porém desta vez, ela lhe fala de um sonho que tivera na noite passada quando um anjo lhe confidencia sobre um dom que nascera com ela e que ela ainda não havia manifestado, e que poderia já de imediato ajudar ao menino Misael.

- Pôxa, Dona Sofia! Que coisa boa, um anjo falou com a senhora em sonho. E como poderá me ajudar? Perguntou o menino.

- Venha comigo, entre aqui que vou lhe mostrar. Sente-se nesta cadeira, cerre os olhos e pense num lugar muito bonito onde você gostaria de estar neste momento.

         Assim o fez e em alguns segundos começou a sentir seu corpo um pouco mais quente e a curiosidade abriu-lhe os olhos. A senhora estava também de olhos cerrados e sussurrando algumas palavras, como se orasse, seu espanto foi ainda maior quando olhou para ela e viu que uma tênue luz lilás contornava as suas mãos.

- Pronto, agora vá! Disse Dona Sofia. Não deixe de voltar aqui amanhã para continuarmos.

          E assim se passaram os sete dias da semana, todos os dias o menino passava na casa da senhora e recebia seus dons, as orações e a luz lilás de suas mãos, de graça, da mesma forma como havia recebido de Deus. Era, de novo, segunda-feira e Misael chegou correndo e ofegante na casa daquela bondosa senhora.
- Dona Sofia... Dona Sofia... Gritava Misael. Venha ver... venha ver... as minhas verrugas, Dona Sofia, sumiram. Foram as suas orações, não foram? Suas orações durante a semana e aquela luzinha nas suas mãos... eu vi... eu vi! Será que foram elas que me curaram?

- Meu filho, disse a senhora, quem cura é Deus, nós apenas pedimos a ele que nos use como uma ferramenta. Eu creio que as suas verrugas se foram, para sempre! E tenho outra coisa para lhe dizer... é sobre os Irmãos da velha casa da colina.

- O que houve com eles? Perguntou Misael.

- Bem, contaram-me que o mesmo problema que aconteceu com você... as verrugas... apareceram neles também, e numa quantidade muito maior, tanto que eles nem estão saindo de casa com vergonha de suas aparências. Isso, meu filho, é outra coisa que devemos aprender nesta vida, é algo que se chama de Ação e Reação e da atração, são as consequências de nossos atos, e tudo que nos afeta, de algum modo foi provocado por nós, foi atraído por nós. No caso dos dois irmãos, eles acabaram contraindo o mal que provocou aquele seu pequeno problema, de tanto o tocarem na estrada quando o esperavam para zombarem de você. Mas graças a Deus, isso é reversível, mas será uma lição para aqueles dois, eu tenho ido lá na casa deles e ajudado, da mesma forma que o ajudei.

          E algum tempo depois, passados mais de um mês, Misael dirigia-se pela estradinha em direção a sua escola como sempre fazia, e após a curva os dois irmãos finalmente deram as caras. Ficou aguardando para ver o que aconteceria, pois já não tinha mais verrugas, mas aqueles dois eram imprevisíveis. Por um momento um silêncio interminável se fez, ficaram-se olhando alguns segundos e então o mais velho dos irmãos se pronunciou:
- Oi Misael, soubemos que você ficou bom, a Dona Sofia também lhe ajudou não foi?
- Sim! Respondeu ele ainda na expectativa do que viria daqueles dois.
- Nós também ficamos muito mal com aquelas verrugas, e se não fosse Dona Sofia nunca mais sairíamos de casa de novo.
- Veja, disse o outro irmão. Nós estamos indo para a escola também, podemos ir com você?

- Claro! Respondeu Misael... sorrindo aliviado...

Paulo Maurício Regent



A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe corresponde. Conforme a sua natureza, paira na região em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo as finalidades a que se destina.
André Luiz

Para cada ação há uma reação igual e oposta. Você recebe do mundo o que você dá ao mundo.
Gary Zukav