Um menino e seu avô conversando...
- Vovô, o senhor é vaidoso?
O Homem ficou surpreso com a pergunta do menino, afinal tem apenas nove anos.
- E por que me pergunta isso? Disse o avô.
- É que eu ouvi o senhor conversando com aquele seu amigo, que o senhor chama de Irmão. Lembro que falavam sobre vaidade e diziam como era ruim. Afinal, o que é vaidade vovô?
O avô olha para o pequenino, coça o queixo com a barba grisalha já por fazer, e tenta achar uma resposta que o faça compreender.
- Lembra-se do seu ursinho de pelúcia branco, que ganhou no Natal quando tinha seis anos, e sua prima queria brincar com ele e você chorou muito e não deixou?
- Sim, vovô, eu me lembro.
- Pois é! Aquilo é o ciúme. Você gostou tanto do ursinho que não queria que ninguém o tocasse. Mas depois que conversamos, mesmo choramingando um pouquinho, você controlou o seu ciúme e emprestou.
- Você lembra quando fomos visitar o titio e tivemos que pegar a barca, e você disse que não iria, pois estava com medo que a barca afundasse? Só depois que conversamos com você por alguns minutos, lhe dizendo que estávamos juntos e que nada iria acontecer, você tomou coragem, controlou o seu medo e entrou conosco?
- Sim, vovô, eu me lembro.
- Então, vaidade meu filho, é como o ciúme e como o medo, todos nós possuímos. Não há como não ter, só precisamos mantê-los sob controle, em níveis bem baixos. Quando um ser humano não consegue controlar a sua vaidade, muitas coisas ruins podem acontecer com ele. Vaidade é quando você faz algo de bom e espera por elogios, por aplausos ou por recompensas depois. Você gosta quando alguém lhe faz um elogio?
- Sim, eu gosto.
- Pois, então, todos nós gostamos de elogios, porém devemos sempre fugir deles, mas sempre fazer por merecê-los. Nunca devemos fazer alguma coisa pensando em recompensas, ou nos elogios, ou nos aplausos, mas fazer porque aquilo deve ser feito, porque vai ajudar a alguém. A vaidade não leva a nada!
Quando se faz algo pensando em recompensas, elogios, e eles não vêm, chega em seu lugar a frustração, e isso também não é bom. Porém, se o fizermos sem esperar nada em troca, não será importante se ninguém aplaude ou elogia, porque não era essa a nossa intenção, mas sim ser útil. Quanto à sua primeira pergunta, se sou vaidoso, respondo-lhe que sim, como qualquer pessoa, mas aprendi com o tempo como mantê-la sob controle, em níveis muito baixos, gostaria muito que tivéssemos o poder de extingui-la para sempre, mas sabemos que isso é impossível, porque a vaidade é inerente ao ser humano.
“Vaidade consiste em uma estima exagerada de si mesmo, uma afirmação esnobe da própria identidade.” - Citações do Wikiquote.
Paulo Regent