Numa
noite de lua nova, muito estrelada, viajava em seu automóvel um
casal em direção à Guarapari onde passaria alguns dias de suas
férias. A noite era realmente linda, só faltava a lua para
completar aquela bela obra de arte da natureza, Olhando-se pela
janela do carro via-se perfeitamente o Cruzeiro do Sul, no cd-player
tocava baixinho uma bela coletânea de músicas que ajudavam a fazer
aquela viagem tornar-se ainda mais agradável e serena. Tudo
perfeito!!! Mas são nessas noites “perfeitas” que o insólito
costuma manifestar-se...
A mulher chamou a atenção de seu marido que dirigia calmo e
tranquilo, quanto a uma menina que estava em pé no acostamento da
estrada fazendo sinais para que parassem.
__
Carlos, você viu aquela menina fazendo sinais para que parássemos?
__ É...
Eu vi uma menina no acostamento da estrada, mas não reparei se fazia
sinais. Mais me parecia que ela caminhava.
__ Não
Carlos, ela fazia sinais pedindo que parássemos, provavelmente
precisa de ajuda. Não é melhor voltarmos para verificar? A essas
horas da noite o trânsito por aqui é bem reduzido e pode ser também
que ninguém pare.
__ Está
bem mulher, vamos lá verificar.
O marido
deu meia volta e retornaram devagar procurando pela menina. Alguns
metros atrás e lá estava ela, cabelos castanhos claros, aparentando
ter uns onze anos mais ou menos, parecia nervosa e acenava sem parar.
Estacionaram o automóvel no acostamento, ligaram o pisca-alerta,
saíram do carro e atravessaram a pista em direção a menina.
___ Algum
problema? Perguntou a mulher. O que está acontecendo, por que você
está aqui sozinha, a essas horas, na beira da estrada?
A
menina em meio aos prantos, apontou para um barranco ao lado da
estrada e disse:
___ Foi
um acidente com nosso carro. Ajudem, por favor! Minha mãe e minha
irmã estão ainda lá dentro.
Carlos
pegou sua lanterna e os três, então, desceram devagar o barranco
sendo guiados pela menina, que contava como ocorreu o acidente.
___ Eu
estava sentada na frente com minha mãe, e minha irmã no banco de
trás. A viagem vinha tranquila e ela não corria muito não, quando
de repente, acho que foi um pneu que estourou, não sei bem, deu até
pra ouvir o barulho. O carro desgovernou-se e caiu nesse barranco,
capotando até lá embaixo. Eu fui jogada para fora do carro pela
janela, mas minha mãe e minha irmã estão lá dentro ainda.
Continuaram
descendo e logo mais abaixo lá estava o carro. Por sorte eles
pararam para socorrer, pois lá da estrada ninguém iria avistar o
automóvel caído lá embaixo. Chegando perto do carro, que estava
muito amassado pelo capotamento, logo viram a senhora presa ao cinto
de segurança, ainda viva, mas desacordada, parecia muito machucada e
sangrava muito devido à um corte na cabeça. O marido pediu que a
esposa ligasse do celular para o socorro, enquanto tentava tirar a
senhora de dentro do carro. Olhou para o banco de trás e viu a irmã
da menina, conforme ela havia contado, caída entre os bancos, também
muito ferida e desacordada. Com muito sacrifício, o homem tirou uma
de cada vez de dentro do carro, que poderia incendiar-se a qualquer
momento, pois estava com a bateria ainda ligada, e deixou-as deitadas
ao chão. Deu os primeiros socorros possíveis, colocando sua camisa
no ferimento da senhora para evitar mais sangramento. A menina,
apesar de muito ferida, não tinha nenhum sangramento grave aparente,
mas mostrava muitos arranhões.
A esposa
avisou que o socorro deveria demorar ainda uns quinze a vinte minutos
para chegar. Não deu nem tempo de desligar o automóvel quando as
primeiras chamas apareceram. O carro começava a incendiar-se. Com
muito esforço e cuidado para não machucá-las ainda mais,
afastaram-nas o suficiente do carro, que agora já tinha chamas
altas. O Clarão das chamas chamaram a atenção de algumas pessoas
que pararam seus automóveis e vieram lhes ajudar. O Socorro chegou
alguns minutos depois e cuidaram da senhora e da menina. Disseram
que, apesar dos ferimentos, não corriam risco de vida. Estavam
salvas!
Em meio
a esta confusão toda, lembraram da menina da estrada, e que não a
tinham visto mais em lugar algum. Um policial lhes fazia perguntas
sobre o acidente e contavam a ele sobre o ocorrido quando alguém
gritou mais afastado.
___
Corram... Corram... Há outra menina caída aqui entre os arbustos.
Venham depressa!
Todos
correram para lá. Os paramédicos examinaram-na e, infelizmente,
constataram o óbito. Disse um deles:
___Coitadinha!
Pelo jeito foi jogada para fora do carro enquanto ele capotava, bateu
com a cabeça nesta pedra e foi fatal. Foi morte instantânea!
Carlos e
a esposa não acreditavam no que estavam vendo e ouvindo. A menina
morta era a menina que acenou para eles na estrada pedindo socorro
para a mãe e sua irmã. Mas, como poderia, se antes disso ela já
estava morta?
O
Paramédico comentou ainda:
___ Eram
gêmeas. Esta menina é idêntica à sua irmã.
Acredite
você ou não, mas essas coisas acontecem há todo o momento
neste nosso mundo. Existem muitos relatos de contatos com pessoas que
já morreram e, que por um motivo muito forte, manifestam-se para
ajudar. Com gêmeos então as coincidências nos espantam ainda mais.
Neste caso, a irmã que fatalmente morreu após ser jogada para fora
do veículo, voltou para pedir socorro para sua mãe e irmã gêmea
que ainda estavam vivas.
Essa...
É uma das muitas... Manifestações do Insólito!
Paulo Regent
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