Os primeiros raios de luz começam a surgir por entre as montanhas, é o prenúncio de uma linda manhã que se aproxima, pouquíssimas nuvens pontilham a abóbada celeste. Em frente à cadeia de montanhas de onde vem surgindo lentamente o astro rei, a linha do horizonte se estende de ponta a ponta, unindo o azul do céu ao azul das águas do mar. É uma verdadeira pintura, um quadro criado pela mãe natureza, que nenhum de nós, por mais talentoso que fosse, seria capaz de reproduzir. Mas hoje, algo diferente faz parte desta obra prima, três pontos luminosos se encontram, aparentemente fixos em posição triangular e em oposição ao nascente, e lá no ocidente se mantém, misteriosamente, como se a noite ao se retirar, estivesse esquecido de levar consigo, três de suas lindas estrelas.
Enquanto o sol faz o seu passeio matinal avançando alguns graus, navegando pelo tempo e pelo espaço, as notícias mundanas já se espalham pelo planeta, afinal, nada haveria de escapar a tão avançada tecnologia humana. Os três pequenos pontos de luz, agora um pouco maiores, se aproximam, e todos os cálculos informam que, na verdade, movem-se em velocidade constante, aproximando-se propositadamente desta forma, para um ponto facilmente previsível na Terra. As maiores autoridades do planeta manifestam-se, pedindo autorização para acompanharem de perto este acontecimento, visto não se tratar, com toda a certeza, de nenhuma manifestação natural, mas sim orientada por alguma inteligência extraterrestre. Toda a tecnologia humana terrestre acompanha com ansiedade esta aproximação, que pela velocidade e trajetória, não deixa dúvidas quanto a tratar-se de um pouso programado.
Algumas poucas horas passaram, somente o contato visual foi feito pelos aviões de caça das bases mais próximas, sem que houvesse nenhuma comunicação, nenhuma atitude hostil foi detectada. Três objetos luminosos se aproximam e, em determinado momento, o triângulo luminoso é desfeito e um ponto apenas se aproxima da Terra, enquanto os outros dois mantém-se imóveis, pairando sobre uma multidão que se formara para assistir aquele espetáculo inédito, afinal... Eles chegaram...
Um círculo de aproximadamente 1 km de raio é feito pela segurança para manter afastada a multidão curiosa que se formou, apenas os líderes de nosso planeta são autorizados a aproximarem-se um pouco mais. O objeto luminoso, agora mais perto, inicia, muito lentamente, o procedimento de pouso, até que, a alguns centímetros do solo, mantém-se pairando, silencioso, por alguns angustiantes minutos. Não se houve um ruído sequer, de ambas as partes, é um silêncio que transmite expectativa e ansiedade. A ficção transforma-se em realidade, muitos se lembram daquele sucesso mundial nas telas de cinema, exatamente como em “O Dia Em Que A Terra Parou”. Uma fenda surge na estrutura do objeto, de aparência metálica e agora menos luminoso, uma porta se abre, três seres descem e pisam a terra, um deles mais a frente e os dois outros parados um pouco mais atrás. Um dos líderes daqui da Terra, previamente escolhido, aproxima-se para manter contato, quando o líder deles ergue a mão direita, em sinal de “Pare!”. Com a mão esquerda aponta para um homem desconhecido dos demais, que se encontra mais afastado, e sinaliza que se aproxime. Ninguém contesta e então o homem se aproxima do extraterrestre até que os dois ficam há pouca distância um do outro, os olhos humanos, um pouco menores e mais claros fixam-se nos olhos maiores e serenos daquele ser, alguma informação parece ser trocada, até que o humano terrestre inicia o diálogo.
- Sois Humano?
E o extraterrestre responde, fluentemente, como se fosse um morador local.
- Meus Semelhantes assim me reconhecem.
- De onde vindes?
- De uma galáxia Justa e Perfeita, bem próxima daqui, porém ainda inatingível por vós.
- Que trazeis?
- Votos de Amizade e Paz de todos os nossos Irmãos deste Universo.
- Nada mais trazeis?
- O Grande Mentor de minha galáxia vos saúda da forma que mostramos do alto, ao chegarmos a vosso planeta.
- O que se faz em vossa galáxia?
- O que se faz em vossa galáxia?
- Construímos Templos e Masmorras com as mesmas finalidades que vós.
- O que vindes fazer aqui?
- Dizer-vos que continuem perseverantes, a submeterem vossas vontades, pois só assim vencerão vossas Paixões. Mostrar-vos como é Sábia, Forte e Bela a Grande Fraternidade Universal e assim fazermos progressos, estreitando esses laços de fraternidade que nos unem como filhos do Grande Geômetra.
- O que desejais?
- Mostrar-vos que tendes um lugar entre nós, e que este já vos fostes concedido há milênios atrás, mas que ainda não evoluístes o bastante para o ocupares. Transmita a todos, que a evolução tecnológica não é por si só suficiente, haverá que se evoluir também, em paralelo, moralmente, e que este primeiro contato, tem por finalidade, conduzir-vos ao lugar que lhes compete por direito.
E o extraterrestre, que se disse também humano, passou às mãos do escolhido uma pequena, dourada e reluzente pedra, pedindo que a guardassem, pois seria de agora em diante, o símbolo deste e dos próximos encontros que aconteceriam, e que a cada encontro, esta pedra se transformaria aos poucos, numa bela, dourada e reluzente Pedra Polida, quando então este seria o sinal do encontro formal e definitivo com os Irmãos do Planeta Terra.
“Tornou-se aterradoramente claro que a nossa tecnologia ultrapassou a nossa Humanidade”
(Albert Einstein)
Paulo Regent
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